quinta-feira, 12 de abril de 2018

Alguns Contrastes Entre a Última Ceia dos Evangelhos e a Ceia do Senhor Revelada a Paulo em 1 Coríntios 11




Alguns contrastes entre a última ceia dos evangelhos e a ceia do Senhor revelada a Paulo em 1 Coríntios 11

A última ceia foi revelada aos apóstolos por um Jesus vivo na terra no contexto da Páscoa judaica, mas sob novo aspecto. A ceia do Senhor de 1 Coríntios 11 foi revelada a Paulo por um Cristo glorificado a partir do céu.

Nos evangelhos a última ceia foi dada em conexão com o Reino, a ceia do Senhor em 1 Coríntios foi dada à Igreja, que não existia nos evangelhos.

A última ceia tinha o foco na recordação da obra do Senhor, a ceia do Senhor foi dada como recordação do Senhor e anúncio de sua morte.

Na última ceia não foi colocado um prazo para a celebração terminar, pois continuará até o fim dos tempos. Na ceia do Senhor de 1 Coríntios foi estabelecida uma data de término: "Até que ele venha".

O Senhor aguardava ansioso a oportunidade de celebrar com os discípulos a última ceia porque seria um marco de uma grande mudança entre as coisas velhas e as novas, e em Lucas ele fala do novo concerto ou aliança, feito primariamente com os judeus e é a base de todas as bênçãos, das quais a Igreja também usufrui, embora a nova aliança não tenha sido feita com ela, que nunca teve uma velha aliança como tiveram os judeus.

Na Páscoa que acabavam de celebrar o cordeiro assado era o símbolo de Cristo que seria sacrificado, mas na última ceia o símbolo é o pão, não o cordeiro assado. O pão partido representa morte e o vinho separado em um cálice idem, pois é figura do sangue separado do corpo. O comer expressa comunhão. Na noite da Páscoa judaica no Egito o sangue devia ser passado nas ombreiras da porta; na ceia o vinho é bebido.

Na noite da última ceia os discípulos estavam ali, não como membros do corpo de Cristo, mas representando o remanescente de judeus que tinham crido em Jesus quando ele veio, e quando a Igreja foi formada esse mesmo remanescente foi a matéria prima da qual ela foi formada, sendo depois acrescentados os gentios. Quando a Igreja for tirada da terra, a linhagem do remanescente, que sempre existiu em todas as eras, continuará, como também continuará a esfera do Reino que foi introduzida, não com a formação da Igreja, mas com a vinda de Cristo ao mundo. A Igreja, que hoje se sobrepõe ao Reino estando nele, partirá daqui e o Reino continuará, ocupado pelo remanescente que irá crer em Cristo nos últimos sete anos antes de sua vinda para julgar as nações.

A Páscoa judaica era uma figura do sacrifício de Cristo; a ceia do Senhor é um memorial de Cristo e um anúncio de sua morte.

Juntando tudo, sim, o Senhor ao instituir a última ceia estava pensando num remanescente, porém em um sentido mais amplo, já que abrangia aqueles que estavam ali, os que formariam a Igreja, e os que depois dela viriam. Já quando revelou a ceia a Paulo, esta foi dada especificamente para a Igreja e com data para expirar, que é quando o Senhor vem, não para o mundo a fim de julgar as nações e estabelecer seu reino milenial, mas para a Igreja, ao vir para ela como Noivo a fim de buscá-la no arrebatamento.

Pensamentos escritos com base em partes do artigo "The Passover and the Lord's Supper", de R. Beacon

Por Mario Persona

Em Lucas 24 o "partir o pão" era a ceia do Senhor?


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segunda-feira, 9 de abril de 2018

Denominacionalismo - Uma ordem de Deus ou do homem?



Denominacionalismo - Uma ordem de Deus ou do homem?

Todos os cristãos, em maior ou menor medida, buscam na Palavra de Deus (a Bíblia) o caminho da salvação, mas parece que são muito poucos os que, após terem sido salvos, buscam na Palavra para saber como o Senhor gostaria que se reunissem para a adoração e o ministério da Palavra. Apesar de todos acreditarem que só existe uma forma de serem salvos, muitos consideram que deve ficar a critério de cada um escolher como devem adorar.

No cristianismo de nossos dias, parece que os cristãos estão agindo como os filhos de Israel no tempo dos Juízes: "Cada um fazia o que parecia bem aos seus olhos" (Jz 17:6; 21:25; Deuteronômio 12:8; Provérbios 21:2). Como resultado disso, existe hoje uma imensa variedade de opiniões sobre a adoração cristã, e boa parte conflitante entre si. Ao longo dos anos a maioria dos cristãos tem adorado cada um à sua maneira ou segundo um estilo peculiar às suas preferências pessoais e afiliação denominacional. Por gerações os cristãos têm literalmente aceitado o que a tradição legou à igreja sem questionar. Na verdade, a maioria acha que é assim que Deus quer que seja.

Será que Deus se importa com a maneira como o Seu povo O adora, ou o modo como se reúnem para o ministério da Palavra? Será que Ele tem uma opinião a respeito deste assunto? Já é hora de voltarmos aos fundamentos do cristianismo e buscarmos novamente nas Escrituras o que Deus tem a dizer sobre o assunto da ordem na igreja. Já que ela é a "igreja de Deus" (At 20:28), certamente Ele deve ter algo a dizer sobre o modo como os cristãos devem adorar. Cremos que o padrão para a adoração cristã e o ministério da Palavra, e também para o governo da igreja, estejam na Bíblia, mas parece que a maioria dos cristãos perdeu isto de vista.

Já que devemos estar "sempre preparados para responder com mansidão e temor a qualquer que vos pedir a razão da esperança que há em [nós]" (1 Pd 3:15), precisamos ser capazes de dar uma resposta vinda da Palavra de Deus quanto à razão de adorarmos do jeito que o fazemos. Sendo assim, será que podemos apontar a autoridade das Escrituras para o modo como nos reunimos como cristãos para a adoração e o ministério da Palavra? Ou será que estamos apenas seguindo as tradições dos homens?

A fim de estimular nossos pensamentos ao longo destas linhas, faremos algumas perguntas como um desafio a todos os crentes quanto à autoridade bíblica da sua forma de adoração. As perguntas a seguir não têm por objetivo criticar a ordem adotada pela igreja dos dias atuais na adoração e ministério da Palavra, mas sim estimular nossos pensamentos quanto a qual seria realmente a ordem estabelecida por Deus.

Podemos fazer qualquer coisa que não tenha sido definida nas Escrituras?

Alguns cristãos respondem a estes questionamentos argumentando que se a Palavra de Deus não trata especificamente de algo ou não o proíbe, então Deus não vê problema nisso. Eles acham que se a Bíblia não abordar diretamente o assunto de como os cristãos deveriam se reunir para adoração e ministério, então isso ficaria à escolha e gosto de cada um. Consequentemente, não veem nada de errado em implementar no cristianismo coisas que não estejam na Bíblia.

Tal posição exime a igreja de nossos dias da responsabilidade pelo atual estado de coisas. Todavia, esse argumento está completamente equivocado, pois a Bíblia aborda sim a questão de como os cristãos devem se reunir para adoração e ministério. O ideal de Deus pode ser claramente encontrado na Bíblia. Talvez o padrão para a adoração e ministério cristão seja tão simples que as pessoas acabam passando por cima dele e achando que ele não exista. Boa parte da ordem tradicional do governo da igreja, que é encontrada no cristianismo denominacional hoje, não apenas carece de fundamento na Palavra de Deus -- na verdade, ela chega até a contradizer o que Deus estabelece em Sua Palavra.

Além disso, não se trata de um princípio sadio raciocinar sobre o que não está na Bíblia para aprendermos a vontade de Deus a respeito de qualquer assunto (2 Tm 1:7). Em essência, o que se está insinuando é que "Podemos fazer o que quisermos na adoração e ministério, desde que não seja proibido pela Bíblia"! Isto não faz sentido. Faz-nos lembrar do que um irmão de boas intenções, mas equivocado, disse certa vez: "Na Bíblia existem mais entrelinhas do que linhas"! Certamente esta não pode ser uma maneira sadia de buscarmos a vontade de Deus sobre qualquer assunto. Se aplicarmos o mesmo princípio sobre outros assuntos que dizem respeito à doutrina e prática cristãs, não haveria limites para o número de situações em que poderíamos aplicar um raciocínio assim. A verdade concernente a um assunto em particular seria imediatamente perdida. Na verdade, é justamente isso o que está acontecendo de uma maneira geral com a própria questão de como os Cristãos deveriam se reunir para a adoração e ministério da Palavra. A razão de Deus nos dar a Sua Palavra foi para que conhecêssemos a Sua vontade (1 Co 2:12-13). Se existe uma prática louvável para nós, esta é "buscar" a verdade em Sua Palavra e procurarmos, por Sua graça, praticá-la (Pv 25:2; Atos17:11-21). O hábito do apóstolo Paulo era de discutir "sobre as Escrituras", isto é, a partir delas. (At 17:2); ele não introduzia nelas os seus pensamentos. Isto mostra que jamais temos o direito de inserir nossos próprios pensamentos na Palavra de Deus, tentando fazer com que ela diga algo que nós queremos que diga.

T. B. Baines disse, "Ou Deus estabeleceu uma ordem para a assembleia, ou Ele deixou para o homem fazer isso segundo a sua própria vontade. Se Ele estabeleceu uma ordem, todos ficam claramente obrigados a ela, e qualquer distanciamento dessa ordem é um ato de desobediência". Se buscarmos honestamente a vontade de Deus, a única maneira lógica de obtermos ajuda sobre este assunto seria voltarmos à Palavra de Deus e, por assim dizer, começarmos do zero, dizendo, "Que tal não fazermos coisa alguma em nossa adoração e ministério, exceto aquilo que é mencionado na Bíblia?" É isso que tentaremos fazer ao abordarmos este assunto em nosso livro.

Extraído de: "A Ordem de Deus" - Bruce Anstey