Alguns contrastes entre a última ceia dos evangelhos e a ceia do Senhor revelada a Paulo em 1 Coríntios 11
A última ceia foi revelada aos apóstolos por um Jesus vivo na terra no contexto da Páscoa judaica, mas sob novo aspecto. A ceia do Senhor de 1 Coríntios 11 foi revelada a Paulo por um Cristo glorificado a partir do céu.
Nos evangelhos a última ceia foi dada em conexão com o Reino, a ceia do Senhor em 1 Coríntios foi dada à Igreja, que não existia nos evangelhos.
A última ceia tinha o foco na recordação da obra do Senhor, a ceia do Senhor foi dada como recordação do Senhor e anúncio de sua morte.
Na última ceia não foi colocado um prazo para a celebração terminar, pois continuará até o fim dos tempos. Na ceia do Senhor de 1 Coríntios foi estabelecida uma data de término: "Até que ele venha".
O Senhor aguardava ansioso a oportunidade de celebrar com os discípulos a última ceia porque seria um marco de uma grande mudança entre as coisas velhas e as novas, e em Lucas ele fala do novo concerto ou aliança, feito primariamente com os judeus e é a base de todas as bênçãos, das quais a Igreja também usufrui, embora a nova aliança não tenha sido feita com ela, que nunca teve uma velha aliança como tiveram os judeus.
Na Páscoa que acabavam de celebrar o cordeiro assado era o símbolo de Cristo que seria sacrificado, mas na última ceia o símbolo é o pão, não o cordeiro assado. O pão partido representa morte e o vinho separado em um cálice idem, pois é figura do sangue separado do corpo. O comer expressa comunhão. Na noite da Páscoa judaica no Egito o sangue devia ser passado nas ombreiras da porta; na ceia o vinho é bebido.
Na noite da última ceia os discípulos estavam ali, não como membros do corpo de Cristo, mas representando o remanescente de judeus que tinham crido em Jesus quando ele veio, e quando a Igreja foi formada esse mesmo remanescente foi a matéria prima da qual ela foi formada, sendo depois acrescentados os gentios. Quando a Igreja for tirada da terra, a linhagem do remanescente, que sempre existiu em todas as eras, continuará, como também continuará a esfera do Reino que foi introduzida, não com a formação da Igreja, mas com a vinda de Cristo ao mundo. A Igreja, que hoje se sobrepõe ao Reino estando nele, partirá daqui e o Reino continuará, ocupado pelo remanescente que irá crer em Cristo nos últimos sete anos antes de sua vinda para julgar as nações.
A Páscoa judaica era uma figura do sacrifício de Cristo; a ceia do Senhor é um memorial de Cristo e um anúncio de sua morte.
Juntando tudo, sim, o Senhor ao instituir a última ceia estava pensando num remanescente, porém em um sentido mais amplo, já que abrangia aqueles que estavam ali, os que formariam a Igreja, e os que depois dela viriam. Já quando revelou a ceia a Paulo, esta foi dada especificamente para a Igreja e com data para expirar, que é quando o Senhor vem, não para o mundo a fim de julgar as nações e estabelecer seu reino milenial, mas para a Igreja, ao vir para ela como Noivo a fim de buscá-la no arrebatamento.
Pensamentos escritos com base em partes do artigo "The Passover and the Lord's Supper", de R. Beacon