A verdade dispensacional envolve as tratativas de Deus para com Israel sendo suspensas por terem rejeitado a Cristo, o Messias, e o início de um chamamento celestial de pessoas, pelo evangelho [da graça], para formarem a Igreja. Depois disso Deus voltará a tratar com um remanescente de Israel para introduzi-lo na bênção juntamente com as nações gentias durante o reino milenial de Cristo. Portanto, poderíamos dizer que a presente vocação da Igreja é um parêntese celestial nas tratativas terrenas de Deus com Israel.
Havendo declarado esta simples sequência nas maneiras de Deus concernentes a Israel e à Igreja, a pergunta que naturalmente surge é: “Como sabemos que esta ordem é correta?”. A resposta é que a Palavra de Deus a indica em muitos lugares. A rigor, o grande teste para sabermos qual é verdadeiro -- Dispensacionalismo ou Teologia do Pacto -- é a verdade, a própria Palavra de Deus, nossa única autoridade. Podemos citar teólogos do passado e do presente que adotam diferentes lados nesta questão, alguns professando uma visão dispensacional, outros da Teologia do Pacto. Já que estas duas visões se opõem, ambas não podem ser verdadeiras. Todavia, não é o que homens influentes creem a respeito do assunto que determina a posição que adotamos, mas o que a Palavra de Deus diz. Ao longo de suas páginas encontramos testemunho após testemunho da verdade do Dispensacionalismo. Dos claros ensinos do apóstolo Paulo em suas epístolas aos tipos no Antigo Testamento, passando pelas figuras apresentadas nos evangelhos, o ensino deste assunto é abundante e confirma que realmente existe uma ordem dispensacional no modo de Deus agir. Os teólogos do Pacto irão negar, mas só estarão negando as esmagadoras evidências das Escrituras.
Gostaríamos agora de demonstrar isto levando nossos leitores através de várias passagens que mostram esta ordem dispensacional. Para auxiliar na compreensão desta ordem simples, assinalamos quatro características evidentes dela. Nós as chamamos de “Os Quatro Pilares da Verdade Dispensacional”. São eles:
*As profecias do Antigo Testamento indicam que ocorreria uma interrupção nas tratativas de Deus com Israel em razão da rejeição dos judeus de seu Messias, e que mais tarde Deus voltaria a tratar com eles em um tempo futuro.
*Romanos 9-11 enfatiza que o endurecimento dado por Deus a Israel seria em parte e não uma decisão definitiva. Neste ínterim Deus iria estender o favor e o privilégio aos gentios.
*O Mistério revelado em Efésios apresenta o caráter singular desta iniciativa de Deus para com os Gentios no chamamento de uma companhia celestial de crentes para viverem em união com Cristo como Seu corpo e Sua noiva -- a Igreja.
*Deus iria manter as promessas que fez a Israel literalmente, e um remanescente de todas as doze tribos seria abençoado em sua terra no reino milenial de Cristo, de acordo com os profetas do Antigo Testamento (Rm 11:25-29).
Bruce Anstey