quinta-feira, 31 de agosto de 2017

Balaão e Corá - Apostasia



Se a expressão “o caminho de Caim” nos fala de buscar o favor divino por meio do fruto de nosso trabalho, “o erro de Balaão” está ligado à ganância. Balaão se fazia passar por profeta de Deus para enriquecer. Se você já viu algum pregador assim então já teve um encontro com Balaão. Nos capítulos 22 ao 24 do livro de Números você lê a triste história desse mercenário religioso que se prostituía para profetizar mediante pagamento.

Por cinco vezes o rei Balaque tentou fazer com que Balaão amaldiçoasse Israel, o que o falso profeta estava muito disposto a fazer em troca da riqueza prometida. Mas Deus o impediu. Por fim Deus permitiu que ele seguisse a própria vontade, para ruína do falso profeta e bênção para Israel. De sua própria boca Balaão ouviu sair bênção para o povo de Deus e juízo para si, ao afirmar que veria o Messias de Israel, mas de longe, indicando assim seu destino separado de Deus. Ele disse: “Eu o verei, mas não agora; eu o avistarei, mas não de perto” (Nm 24:17).

Mais tarde, no capítulo 25 de Números, Balaão teria sucesso em corromper o povo de Deus levando os israelitas a caírem em idolatria depois de terem relações sexuais com mulheres pagãs. Idolatria é confiar no poder de pessoas e objetos, ao invés de confiar unicamente em Deus. Se você já viu algum pregador dizer que você só será abençoado por ele próprio ou se frequentar sua igreja e adquirir amuletos como azeite do Jardim das Oliveiras, pétalas da rosa de Saron, água do Rio Jordão ou lenços ungidos, então você já viu Balaão.

Depois do “caminho de Caim” e do “erro de Balaão”, Judas nos dá mais uma dica de como detectarmos os lobos e hereges que querem se alimentar das ovelhas ou fazer discípulos. Ele fala da “rebelião de Corá” (Jd 1:11). Ao ler o capítulo 16 de Números você encontra Corá, com Datã e Abirão, questionando a liderança de Moisés e o sacerdócio de Aarão. Sua intenção parecia ser “democratizar” o culto a Deus, mas ele queria mesmo era usurpar o lugar de autoridade e intercessão sacerdotal instituído por Deus, tornando-se um intermediário não autorizado entre Deus e os homens. Hoje não temos Moisés para nos guiar ou Aarão para interceder por nós. Temos a Cristo, e qualquer homem que se coloque como intermediário entre Deus e os homens está agindo como Corá.

A principal característica da apostasia é a exaltação do homem, e não é difícil encontrarmos líderes cristãos elevados à condição de semideuses, cativando multidões e sendo venerados por elas. Eles estão pavimentando o caminho para o anticristo, “o homem do pecado”, aquele que “se exalta acima de tudo o que se chama Deus ou é objeto de adoração” (2 Ts 2:3-4).

Por que tanta gente é enganada pelos falsos profetas e mestres da cristandade? Uma razão é a proliferação dos chamados “testemunhos”. Alguns deixam de ler a Palavra de Deus para seguirem testemunhos de homens. Basta alguém contar uma bênção que recebeu, e imediatamente sua experiência é aceita como verdade. Ao mesmo tempo revelações, sonhos e sensações são mais valorizados do que a própria Palavra de Deus. Enquanto alguns parecem ter uma conexão banda larga com o céu, outros vivem frustrados por não sentirem coisa alguma.

Embora Deus possa, através do Espírito, trazer ao coração de uma pessoa a direção de como agir em uma determinada situação, esta é a exceção, não a regra da vida cristã. Muitos que se deixam levar por essas coisas acabam dependentes de falsos profetas e incapazes de ter uma vida normal sem alguma mensagem vinda do além. Hoje o velho horóscopo do jornal ganhou os púlpitos.

A carta aos Hebreus diz que “há muito tempo Deus falou muitas vezes e de várias maneiras aos nossos antepassados por meio dos profetas, mas nestes últimos dias falou-nos por meio do Filho” (Hb 1:1-2). Jesus ressuscitou, subiu aos céus e deu os dons, designando “alguns para apóstolos, outros para profetas” (Ef 4:11). Deus não mais revela a sua Palavra como fazia a Israel, e nem como a revelou aos apóstolos. Estes lançaram os fundamentos da igreja, tendo Paulo recebido a missão de completar a Palavra de Deus, como ele explica em Colossenses 1:25. Hoje Deus usa os dons de “evangelistas, pastores e mestres” para ministrar aquilo que já está revelado nas escrituras e nas epístolas dos apóstolos.

Apegar-se à Bíblia, a Palavra de Deus, é a salvaguarda para você não ser enganado pelas duas principais tendências que levam os cristãos a se desviarem dela. O apóstolo nos fala delas no capítulo 2 de sua carta aos Colossenses, a saber, o misticismo e o asceticismo, às vezes mesclados com legalismo. Aos mais místicos, que se deixam impressionar por sonhos, visões e revelações, Paulo alerta: “Não permitam que ninguém, que tenha prazer numa falsa humildade e na adoração de anjos, os impeça de alcançar o prêmio. Tal pessoa conta detalhadamente suas visões, e sua mente carnal a torna orgulhosa.” (Cl 2:18).


Aos ascéticos e legalistas ele diz: “Já que vocês morreram com Cristo para os princípios elementares deste mundo, por que é que vocês, então, como se ainda pertencessem a ele, se submetem a regras: ‘Não manuseie!’ ‘Não prove!’ ‘Não toque!’? Todas essas coisas estão destinadas a perecer pelo uso, pois se baseiam em mandamentos e ensinos humanos. Essas regras têm, de fato, aparência de sabedoria, com sua pretensa religiosidade, falsa humildade e severidade com o corpo, mas não têm valor algum para refrear os impulsos da carne” Cl 2:18-23).

Mário Persona



segunda-feira, 28 de agosto de 2017

O Que Devo Fazer Com A Minha Vida? - A. J. Pollock




É uma experiência emocionante estar na margem do oceano da vida, e olhar para fora em suas águas inexploradas, e perguntar em que direção a barca de nosso destino irá viajar, e qual será o porto em que eventualmente chegará. Tal é a experiência presente de muitos jovens cristãos. A pergunta que serve como título a este artigo, pode muito bem ser feita repetidas vezes por esses jovens.

O que você irá fazer com sua vida é uma questão de escolha muito séria e vital, e é bom pesar prós e contras. Devemos viver para esta vida sem considerar a próxima? Devemos viver para o tempo, e esquecer a eternidade? Devemos comer, beber e alegrar-nos, porque amanhã morreremos? Certamente isso seria uma tolice, uma escolha suicida. Olhe para as multidões que fazem isso. Pobres tolos! Deixemos, por enquanto, de lado aqueles que naufragam cedo na vida, e há multidões que o fazem. Vamos nos fixar naqueles que têm sido eminentemente bem-sucedidos em aproveitar ao máximo esta vida por seus próprios esforços.

Leia as biografias de estadistas, generais de sucesso, advogados inteligentes, homens e mulheres que circulam com distinção em círculos brilhantes – homens e mulheres que conseguiram nesta vida aquilo que se considera melhor, e não se importaram com o além. Foram homens e mulheres de visão, embora limitada pelo tempo, com propósito, vontade e capacidade, coisas que os colocaram acima da multidão de pessoas comuns. Lemos de brilhantes dias na faculdade, realizações em várias esferas da vida, avançando passo a passo em posições de grande poder e influência.

À medida que lemos, notamos que rapidamente a noite da vida se aproxima, suas capacidades falhando, o poder e o prestígio caindo das mãos enfraquecidas, depois abrandando até a MORTE chegar e então ...? Sessenta, setenta, oitenta anos, o que são? -- um vapor, uma fumaça. E então despreparado para enfrentar ETERNIDADE -- A IDADE DAS IDADES! Certamente esta não é uma escolha sábia.

Mas, graças a Deus, esta não é a escolha de homens e mulheres cristãos. No entanto, caso você seja um cristão, existe a possibilidade de fazer um uso errado de sua vida, ou não tirar o melhor proveito dela. Sim, infelizmente isto vale para cristãos também! Podem levar vidas carnais, podem viver em um nível respeitável aos olhos do mundo, mas mesmo assim ficar muito longe do que sua vida deveria ser. Você pode ter sucesso em sua profissão, em seu negócio, em seu trabalho, em sua família, e ainda assim reservar muito pouco de sua vida para Deus e a eternidade.

Seria bom se os jovens cristãos se medissem pelo padrão infalível da Palavra de Deus. Por exemplo, "Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum" (Rm 7:18); "Andamos por fé, e não por vista" (2 Co 5:7); "Não são do mundo, assim como eu não sou do mundo." (Jo 17:14, 16); "Prossigo para o alvo, pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus." (Fp 3:14) .

Comparemo-nos com estas passagens e vejamos até onde nossa vida e intenções correspondem a elas.

Li uma ilustração impressionante do que podemos fazer de nossas vidas. "Uma barra de aço que valha cinco dólares, quando forjada em ferraduras vale dez dólares; se transformada em agulhas vale trezentos e cinquenta dólares; se em lâminas de canivete pode valer trinta e dois mil dólares; se transformada em molas para relógios pode chegar a duzentos e cinquenta mil dólares."

Uma barra de aço pode ser feita para produzir valores variáveis de 10, 350, 32.000, 250.000 dólares. Pode ser que nossa vida como cristãos dê um resultado como o de dez dólares; Em alguns casos, o resultado pode ser de duzentos e cinquenta mil dólares. Se vivemos para Deus, para a eternidade, para servir a nosso Senhor Jesus Cristo com um propósito cheio de coração, nossa vidas produzirá fruto para Deus. Repare que João 15:8 não diz apenas fruto, mas muito fruto, "Nisto é glorificado meu Pai, que deis muito fruto; e assim sereis meus discípulos.". Quão ambicioso o plano que nosso Senhor tem para nós!

Que o jovem cristão olhe para o futuro e faça com que, pela graça de Deus e com o poder do Espírito de Deus, sua vida seja vivida para a glória de Deus.

Tome exemplos das Escrituras. Veja o que Moisés fez de sua vida. Ele virou as costas para o palácio de Faraó e se identificou com o povo desprezado e abatido de Deus. Ele poderia ter circulado nas mais altas esferas do Egito, mas contentou-se em entrar na obscuridade e fazer a vontade de Deus. Veja que posição e influência teve Moisés. O mundo inteiro sabe de Moisés, e sua influência fez uma marca profunda em todos os tempos. A filha de Faraó só ficou conhecida por estar relacionada a Moisés.

Veja o que o apóstolo Paulo fez de sua vida. Ele tinha sido agraciado com grandes distinções na política judaica. No entanto, ele deu as costas a tudo. Ele poderia dizer: "E, na verdade, tenho também por perda todas as coisas, pela excelência do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; pelo qual sofri a perda de todas estas coisas, e as considero como escória, para que possa ganhar a Cristo" (Fp 3:8).

Viva para Deus, viva para Cristo, viva para servir aos outros, viva para a eternidade, e você nunca vai se arrepender. Então, o que você fará com sua vida?

A. J. Pollock

Fonte: http://manjarcelestial.blogspot.com.br/

domingo, 27 de agosto de 2017

A Pergunta Mais Importante



Há muito tempo um homem chamado Pilatos perguntou: Que farei então de JESUS, chamado CRISTO?1 Já ocorreu a você que todos devem responder a esta pergunta? É a pergunta mais importante que temos diante de nós e DEUS exige uma resposta. Todo o nosso futuro depende dela. Não posso respondê-la por você e nem você por mim. Devemos fazê-lo desta maneira por DEUS considerar a cada um de nós, individualmente responsáveis em aceitar a JESUS, o Salvador. Você e eu necessitamos de um Salvador, porque todos pecaram e destituídos estão da glória de DEUS.2 Apesar de nossa terrível condição, DEUS providenciou, em Seu Filho, um Salvador para aqueles que demonstrou serem culpados. Porque DEUS amou o mundo de tal maneira que deu o Seu Filho unigênito, para que todo aquele que nEle crê não pereça, mas tenha a vida eterna.3

O Senhor JESUS CRISTO, por meio de Seu sofrimento e morte, atendeu a todas as santas e justas demandas que DEUS tinha contra o pecado. Ele (JESUS) foi ferido pelas nossas transgressões, e moído pelas nossas iniquidades... Todos nós andamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo seu caminho: mas o Senhor fez cair sobre Ele a iniquidade de nós todos.4 A obra de redenção efetuada por DEUS foi consumada na cruz. A grande questão do pecado foi resolvida. A questão agora é: o que você vai fazer com este Homem, CRISTO JESUS? Não há como esquivar-se desta pergunta. Ignorá-la ou negligenciá-la é rejeitar Àquele que morreu para ser nosso Salvador. Sua única esperança está em reconhecer que é um pecador culpado. Enquanto Pilatos, no tribunal, encontrava-se face a face com JESUS, sua esposa enviou-lhe a seguinte mensagem: “Não entres na questão desse justo.”5 Mais tarde Pilatos tentou escapar da culpa lavando suas mãos diante da multidão e dizendo: “Estou inocente do sangue deste Justo.”6 Tanto ele como sua esposa esquivaram-se de uma decisão. Estaria você evitando-a também? Isto não lhes foi útil e da mesma forma não lhe será.

Você pode encontrar com CRISTO AGORA MESMO como seu Salvador, ou irá deparar-se com Ele após a morte, como seu Juiz. Aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo depois disso o juízo.7 DEUS tem determinado um dia em que com justiça há de julgar o mundo, por meio do varão que destinou: JESUS CRISTO.8 QUE FARÁ COM JESUS? Será que O recebeu como seu Salvador pessoal? Não esqueça! A pergunta mais importante permanece: Você já aceitou a JESUS CRISTO – o remédio de DEUS para pecadores culpados e perdidos?

A TODOS QUANTOS O RECEBERAM (JESUS CRISTO), DEU-LHES O PODER DE SEREM FEITOS FILHOS DE DEUS; AOS QUE CRÊEM NO SEU NOME.9

Os textos bíblicos são: 

1)    Mateus 27.22
2)    Romanos 3.23
3)    João 3.16
4)    Isaías 53. 5,6
5)    Mateus 27.19
6)    Mateus 27.24
7)    Hebreus 9.27
8)    Atos 17.31
9)    João 1.12

Princípios Fundamentais Sobre Os Quais a Igreja É Edificada



Na Palavra de Deus encontramos o pensamento de Deus com referência à igreja de Deus. Lemos em Atos 20 que a igreja é muito querida ao coração de Deus, pois Ele pagou por ela com o sangue do Seu único Filho. Ele zela por essa igreja para que ela possa seguir adiante e permanecer em todos os seus privilégios que lhe foram garantidos na Palavra de Deus pelo Espírito Santo enviado do céu.

A igreja de Deus era algo novo e distinto naqueles dias de Atos. Ela nunca havia sido o objeto de profecia direta, apesar de poder ser encontrada escondida em tipos e sombras desde o primeiro tipo mais importante que aparece na Bíblia, até a vinda do Espírito Santo no dia de Pentecostes. Mas quanto à sua existência real, a igreja de Deus nunca existiu até aquele dia memorável quando os 120 foram reunidos no cenáculo e o Espírito de Deus desceu e os batizou em um único corpo. A Cabeça ascendida no céu assumiu a responsabilidade de equipar Sua igreja com todos os dons necessários. Ele ainda vive, Ele ainda está na glória, Ele ainda cuida de Sua igreja, Ele ainda concede dons, e Ele ainda cuida de cada indivíduo que faz parte deste corpo.

No Novo Testamento, principalmente em Atos e a epístolas, todos os detalhes foram providenciados especialmente para nós, principalmente os princípios fundamentais sobre os quais a igreja foi edificada, e pelos quais – e para os quais – ela foi formada.

Quais Eram Eles?

Veja o versículo 42 do capítulo 2: "E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações". Diz que eles "perseveravam". Quem eram eles? O novo grupo, aquela companhia de pessoas batizadas com o Espírito de Deus, e batizadas com água para que se identificassem com essa nova posição aqui neste mundo.

Portanto aqui vemos uma companhia de pessoas batizadas; eles haviam recebido a Palavra e foram batizados. Naquele dia em particular, quando Pedro fez sua pregação, três mil almas foram acrescentadas. "E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações." Qualquer grupo de cristãos que rejeite qualquer uma destas quatro coisas não está agindo em conformidade com o plano que Deus tem em mente. Lembre-se: é a igreja dEle, e Ele é Quem decide o caminho, e tanto eu como você só estaremos obedecendo se estivermos seguindo aquilo que é a Palavra de Deus. Uma das características de um cristão é "perseverar".

A Doutrina dos Apóstolos

Qual destas quatro coisas vem primeiro no versículo 42? A doutrina dos apóstolos. Estamos vivendo numa época de superficialidade de pensamento. As pessoas dizem que a doutrina não faz nenhuma diferença, todavia ela faz toda diferença. A doutrina é algo solene, ela tem a preeminência, e você encontra isso repetidamente na Palavra de Deus.

Abra em 1 Timóteo 1, no final do versículo 10: "...e para o que for contrário à sã doutrina". Acaso Deus não se importa com o que você crê? Na mesma epístola, capítulo 4.13, "Persiste em ler, exortar e ensinar [doutrinar], até que eu vá". Acaso não faz diferença em que você crê? Dê atenção à doutrina. Então, no versículo 16, "Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina. Persevera nestas coisas; porque, fazendo isto, te salvarás, tanto a ti mesmo como aos que te ouvem". Você quer ser usado para bênção de outros? Então permaneça na sã doutrina, pois vivemos numa época em que precisamos estar atentos quanto à sã doutrina.

Abra agora em 1 Timóteo 6.3,4: "Se alguém ensina alguma outra doutrina, e se não conforma com as sãs palavras de nosso Senhor Jesus Cristo, e com a doutrina que é segundo a piedade, é soberbo, e nada sabe". De nada vale se vangloriar de possuir um dom, de nada vale ostentar nossas talentosas habilidades, se nossa doutrina não se enquadrar na Palavra de Deus. Nada sabemos aparte da vontade revelada de Deus, como a encontramos na Palavra de Deus.

Em 2 Timóteo 1.13 lemos: "Conserva o modelo das sãs palavras que de mim tens ouvido, na fé e no amor que há em Cristo Jesus". Eu e você não podemos nos permitir fazer experiências com a verdade de Deus. Em 2 João o apóstolo nos alerta: "Todo aquele que prevarica, e não persevera na doutrina de Cristo, não tem a Deus. Quem persevera na doutrina de Cristo, esse tem tanto ao Pai como ao Filho".

E outra vez, em 2 Timóteo 3.10, "Tu, porém, tens seguido a minha doutrina, modo de viver, intenção, fé, longanimidade, amor, paciência". A doutrina e o modo de viver são duas coisas que andam juntas. O homem irá lhe dizer que não faz nenhuma diferença em que você crê – que o mais importante é o modo de viver. Isto é falso. A doutrina vem primeiro. Você não pode viver certo se não crer certo. Não pense que você pode separar a conduta da doutrina. A única conduta correta que Deus pode contemplar com complacência é a conduta que deseja obedecer à Palavra de Deus revelada. Minha doutrina e minha conduta compõem meu modo de vida.
"Que pregues a palavra, instes a tempo e fora de tempo, redarguas, repreendas, exortes, com toda a longanimidade e doutrina. Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as suas próprias concupiscências; e desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas" (2 Tm 4.2-4). É aí que estamos; já atingimos este ponto; não suportarão a sã doutrina.

A Comunhão dos Apóstolos

Volte para Atos 2.42, "E perseveravam... na comunhão [dos apóstolos]". Não apenas na doutrina dos apóstolos, mas também na comunhão dos apóstolos. Existem hoje muitas comunhões neste mundo, mas aqui se trata da comunhão dos apóstolos. De que se trata? Trata-se da comunhão que resulta da associação daqueles que guardam a doutrina dos apóstolos. Em outras palavras, se estiver determinado a observar a doutrina dos apóstolos, você fará isto, e se eu também fizer o mesmo, nos encontraremos juntos. Será algo fundamentado e baseado na doutrina dos apóstolos. Vemos isto acontecendo aqui no versículo 44 deste capítulo: "E todos os que criam estavam juntos, e tinham tudo em comum." Não existe nenhum caminho assinalado nas Escrituras para alguém andar sozinho nas coisas de Deus. Não, e não pense que você está agradando o Senhor quando está andando separado de seus irmãos. Sei que são falhos. Eu sou um deles, e sei que sou uma prova para meus irmãos, mas oh, meus irmãos têm sido tão bons para comigo que busco por graça para seguir adiante com eles.

Partir o Pão

Existe agora um outro ponto: comunhão e partir o pão. Alguns cristãos parecem sentir que existem dois tipos de cristãos no mundo: aqueles que partem o pão e aqueles que não partem o pão. Nunca encontrei tal coisa em minha Bíblia. A menos que estejamos sob disciplina, devemos partir o pão. Evidentemente não esperamos que aqueles que se encontram sob disciplina partam o pão. Mas não encontro nas Escrituras que exista uma classe de pessoas que partem o pão, enquanto outras não. Não há tal coisa, mas o normal é que parta o pão, se for um filho de Deus. Este era um dos privilégios da nova posição que tinham como cristãos: este sagrado privilégio que é partir o pão. O Senhor pediu que fizessem isto e eles alegremente atenderam ao pedido. Sei que estamos vivendo dias de enorme confusão, e é difícil você encontrar que caminho trilhar. Estou pronto a admitir isto, mas não se trata de uma desculpa para você seguir adiante sem partir o pão. Você é cristão? Você sabe que seus pecados estão perdoados? Ora, então por que é que você não está lembrando o Senhor no partimento do pão? Trata-se de algo solene. Ele nos pediu que fizéssemos isto. Ele não disse: "Se você quiser, faça assim", ou "se você concordar..." Ele disse "fazei isto". Não disse "vá pregar o evangelho"; não disse "vá ser missionário em outro país", mas "fazei isto em memória de Mim".

Eles perseveravam no partimento do pão; não desistiram. Alguns de nós conhecem crentes que partiram o pão por algum tempo e então pararam de lembrar o Senhor. Quando indagados da razão de terem parado, responderam que ficaram ofendidos por uma razão qualquer. Mas nunca encontrei alguém que tivesse sido ofendido pelo Senhor Jesus Cristo, e todavia foi Ele Quem disse, "Fazei isto em memória de Mim". Por que não podemos ser mais pacientes uns para com os outros? Será que você acha que você particularmente nunca é uma provação para seus irmãos? Será que você não pode encontrar graça suficiente para seguir andando com eles? Você acha que pode se dar por desculpado ao não cumprir o pedido do Senhor só porque alguém feriu seus sentimentos?

Oração

A última coisa que mencionei foi "oração". Ela ocupa um grande lugar nas Escrituras. O Senhor Jesus nos deixou exemplo; Ele era um homem de oração. Quando olhamos para a vida dos apóstolos vemos que também eram homens de oração. Quando Pedro estava na prisão e sua cabeça estava para ser decepada no dia seguinte, os santos de Deus estavam na casa da mãe de João Marcos, de joelhos, para passarem a noite em oração. Não estavam simplesmente repetindo rezas; eles estavam orando fervorosamente. Aquelas orações penetraram na presença de Deus; elas subiram até o trono de Deus, e Deus as ouviu e respondeu de maneira poderosa. Pedro foi gloriosamente libertado. Mas assim que foi libertado e pôde entender o que havia acontecido, seguiu direto para aquele poderoso gerador de sua libertação – aquela pequena reunião de oração em um lar.

Suponha que você estivesse vivendo naquele tempo e soubesse que Pedro estava sendo perseguido e que seria morto. Será que você diria, "Estou cansado hoje; acho que vou ficar em casa hoje à noite. Acho que não vou à reunião de oração"? Então no dia seguinte você escutaria o que aconteceu. Certamente ficaria desapontado; você diria, "Eu gostaria de ter estado ali e orado a Deus por Pedro". Oh, sim, você teria desejado estar naquela reunião de oração. Não despreze a reunião de oração e não a tenha como algo de pouca importância; uma assembleia sem reunião de oração é uma assembleia doente. Graças a Deus hoje é dia de reunião de oração!


Estivemos ocupados com o caminho simples dos santos do Novo Testamento. Será que desejamos, no pouco tempo que nos resta, andar na simplicidade daquele caminho, deixando zelosamente de lado tudo o que seja contrário a ele, que nos faça desviar dele, ou que acrescente alguma coisa a ele? Se estivermos desejosos de seguir por ele, algum dia poderemos ouvir, "Bem está, servo bom e fiel"; não "servo bom e bem sucedido", mas "servo bom e fiel". Que Deus conceda que seja assim.

http://www.stories.org.br/textos/principios.html





Qual É O Caminho?



"Qual é o caminho?" Esta é uma pergunta que todo viajante prudente faz ao iniciar sua jornada. Qualquer pessoa sensata se preocupa com seu destino e com o caminho que a conduzirá até lá. E na jornada desta vida há um momento em que nos damos conta de que não estamos conseguindo enxergar o nosso destino. Desejamos um feliz destino, mas qual é o caminho que devemos seguir?
Nossa vida neste mundo é apenas uma viagem rumo à eternidade. E o caminho que tomarmos enquanto estivermos aqui determinará nosso destino eterno. DEUS não nos abandonou nesta viagem, mas deu-nos um guia – a BÍBLIA – que indica o CAMINHO que devemos seguir. Lâmpada para os meus pés é a Tua Palavra, e Luz para o meu caminho1.
No entanto, a mesma Palavra de DEUS diz que o homem é pecador e, por natureza, rebelde a DEUS, pois não há um justo, nem um sequer... porque TODOS PECARAM e destituídos estão da glória de DEUS2.
E por causa do pecado, os ímpios serão lançados no inferno3. Que triste destino está reservado para o pecador!
Quando tomamos consciência do juízo que nos espera, buscamos desesperadamente um meio de chegar ao Céu. Surge então uma dúvida em nosso coração: Qual é o CAMINHO? "Vá a tal religião", nos dirão alguns; "procure praticar boas obras", nos dirão outros... Mas os rituais religiosos ou obras de caridade não aliviarão a consciência daquele que sabe que a alma que pecar, essa morrerá!4 Todavia DEUS é extremamente amoroso e nos lembra: Não tenho prazer na morte do ímpio, mas em que o ímpio se converta do seu caminho, e viva5.
Mas como poderá DEUS, que é Santo e Justo, livrar o ímpio que é digno de toda condenação? Deus providenciou um meio de salvar o pecador, porque, como pela desobediência de um só homem (Adão, o primeiro homem), muitos foram feitos pecadores, assim pela obediência de Um (JESUS) muitos serão feitos justos6. JESUS CRISTO, o Filho Unigênito de DEUS, substituiu o pecador, recebendo sobre Si todo o juízo de DEUS. Embora nunca houvesse pecado, Ele Se ofereceu como culpado, levando sobre Si todos os pecados dos que nEle crêem e sofrendo a morte no lugar do pecador. Seu sacrifício foi aceito por DEUS, que O ressuscitou ao terceiro dia. Portanto, pode também salvar perfeitamente os que por Ele se chegam a DEUS7.

Portanto, o CAMINHO não é religião, caridade ou alguma filosofia. Há muitos que acreditam que todos os caminhos levam a DEUS, porém tal pensamento é falso. A Palavra de Deus afirma que há caminho que ao homem parece direito, mas o fim dele são os caminhos da morte8. HÁ UM SÓ CAMINHO que leva a DEUS: JESUS CRISTO. Quando os Seus discípulos Lhe perguntaram como podemos saber o CAMINHO?9, Ele lhes respondeu: EU SOU O CAMINHO, E A VERDADE E A VIDA. NINGUÉM VEM AO PAI, SENÃO POR MIM10. E em NENHUM OUTRO há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens pelo qual devamos ser salvos11. Que é necessário que eu faça para me salvar? Crê no Senhor JESUS CRISTO, e serás salvo!12.
E você, querido leitor, já sabe para onde vai? Existe um destino de paz e alegria para aqueles que estão em JESUS CRISTO. Creia em JESUS, reconhecendo nEle o ÚNICO CAMINHO para sua salvação.

TODO AQUELE QUE NELE CRER NÃO SERÁ CONFUNDIDO13.

Os Textos Bíblicos são:

1)    Salmos 119.105;
2)    Romanos 3.10,23;
3)    Salmos 9.17;
4)    4 e 5) Ezequiel 18.20 e 33.11;
5)    6) Romanos 5.19;
6)    7) Hebreus 7.25;
7)    8) Provérbios 14.12;
8)    9 e 10) João 14.5 e 6;
9)    11) Atos 4.12;
10) 12) Atos 16.30,31;
11) 13) Romanos 10.11.

Copiado integralmente do folheto evangelístico do Site Verdades Vivas.




quinta-feira, 24 de agosto de 2017

Você Não Respeita Todas As Religiões?



Não, eu não respeito todas as religiões, e nem seria sensato agir assim, apesar da frase "Respeito todas as religiões" parecer politicamente correta. Posso e devo respeitar pessoas, mas não sou obrigado a respeitar suas religiões, palavras e atos. Os antigos astecas, por exemplo, sacrificavam pessoas e algumas tinham o coração arrancado do peito ainda vivas pelas mãos do sacerdote. Era tanta gente trucidada em cada sessão que seus arquitetos aprimoraram o projeto das pirâmides. Acrescentaram em algumas uma canaleta por onde o sangue podia formar uma enxurrada sem comprometer a segurança da escadaria, evitando que alguém escorregasse nela.

Não seria nem um pouco politicamente correto respeitar tamanha crueldade, não é mesmo? Mas talvez você diga que respeita todas as religiões que não sejam cruéis como a dos astecas. Qual, por exemplo? Experimente trocar "religiões" por "medicamentos" para ver o que acontece. Você estaria disposto a aceitar qualquer medicamento, mesmo os falsos que poderiam causar danos à sua saúde? Ou que fossem apenas placebos sem efeito algum? Neste caso você poderia estar respeitando todos os medicamentos, mas não seria uma atitude de respeito para com seu dinheiro.

Já que estamos falando da crueldade do sacerdote asteca de arrancar o coração da vítima do sacrifício, o que você diria se ele arrancasse também dela a possibilidade de sua salvação eterna? É isso que faz uma religião falsa, que engana seu seguidor até ele se encontrar perdido no pós vida. Se estamos falando em graus de crueldade eu diria que nada pode ser mais cruel do que uma pessoa, doutrina ou religião que engane seus seguidores fazendo com que se percam eternamente.

Outro problema de achar que todas as religiões que não arranquem o coração da vítima devem ser respeitadas é perder de vista o que uma pessoa busca encontrar numa religião. Embora a grande maioria esteja interessada em algum paliativo momentâneo para sua saúde, finanças e relacionamentos afetivos, existem aquelas que estão realmente interessadas em seu destino eterno. Como você se sentiria se pedisse informações de que ônibus tomar para um determinado destino e depois descobrisse que gastou seu único dinheiro numa passagem para um destino contrário ao que pretendia?

Jesus declarou: "Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim." (Jo 14:6). Responda rápido: (A) Jesus estava enganado, (B) Jesus estava mentindo ou (C) Jesus estava falando a verdade. Se responder "A" ou "B" é melhor passar longe da Bíblia, porque o tema dela é Jesus, o Salvador, e seria insensato crer em um livro sobre alguém que estava enganado ou era propenso a enganar. Mas se respondeu "C" você acaba de descartar todas as religiões, caminhos e verdades que não sejam a própria Pessoa de Cristo.

Eu até compreendo que, depois de escutar que só Jesus é o caminho, a pessoa que diz que "Respeita todas as religiões" esteja querendo parecer politicamente correta. Mas se ela tiver um mínimo de inteligência irá perceber que sua afirmação é a mais soberba, prepotente e ofensiva possível. Por que? Primeiro, ela está declarando conhecer todas as religiões para saber que nenhuma delas arranca corações. Você acha que existe alguém assim na face de um planeta com milhares de crenças? Segundo, ela terá acabado de dar um tapa na cara de quem disse que só Jesus é o caminho, porque pelo menos esta crença terá desrespeitado, pois se a respeitasse teria de considerar todas as outras estão erradas, o que invalidaria sua tese de que todas são corretas.

Portanto, pela mesma razão que alguém de sã consciência não tomaria qualquer ônibus sem ter a certeza de seu destino, não tomaria um medicamento sem verificar sua eficácia, e nem aceitaria dinheiro visivelmente falso, é uma grande bobagem dizer que você respeita todas as crenças. Isto porque já não está respeitando a declaração de Jesus, de que somente ele é o caminho, a verdade e a vida e ninguém vai ao Pai a não ser por meio dele. Talvez você pudesse ter dito que respeita todas as pessoas, independente de sua religião, e aí estaríamos de comum acordo. Eu também respeito todas as pessoas, até o sacerdote asteca. Mas neste caso, se ele estender sua mão para me cumprimentar eu vou proteger meu peito.

Sinto muito por você e por todas as outras pessoas que "respeitam todas as religiões", porque isso demonstra que não creem em Cristo como ÚNICO Salvador. Se Jesus não estava enganado, não mentiu, e disse a verdade, então outras afirmações dele também irão selar o seu destino eterno. Quais? Estas:

"Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele. Quem crê nele não é condenado; mas quem não crê já está condenado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus." (Jo 3:16-18)

Tem certeza de que é sensato embarcar em qualquer ônibus que passar ou tomar qualquer medicamento que encontrar? Não seria melhor conferir antes se o destino daquele ônibus é o mesmo que você pretende e se o medicamento é eficaz, e não se trata de um placebo ou até de um veneno? Você só tem uma chance de acertar, porque a morte irá selar seu destino eternamente, e sua escolha aqui terá feito toda a diferença. No final Deus não irá cobrar de você se foi politicamente correto, mas se creu no Filho dele, por meio de quem deu todas as evidências necessárias para você saber que era genuinamente o único capaz de salvar eternamente o pecador que vai a ele pela fé.

Mas o que difere o cristianismo bíblico de todas as religiões? O cristianismo é a única crença que se distingue de todas as outras, porque ainda que todas tenham em vista uma salvação eterna, seja por purificação, evolução, reencarnação ou o que quer que tenha como alvo, apenas o cristianismo bíblico não tem o esforço próprio como meio para se alcançar esse fim. O verdadeiro evangelho, ou "boa nova", coloca o homem na condição de totalmente inapto de fazer qualquer coisa para "religar-se" (daí vem a palavra "religião") a Deus.

O verdadeiro evangelho da graça de Deus mostra que você é um pecador tão perdido quanto alguém que caiu num poço profundo e não tem uma escada para sair. No verdadeiro evangelho é Deus que, por meio de Jesus e sua morte e ressurreição, apaga suas transgressões, dá a você uma nova vida e lhe capacita a morar na esfera celestial. E tudo isso vem pela fé em Jesus, uma fé que nem sequer brota na pessoa convertida, mas que é um dom de Deus.

"Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus." (Ef 2:8)

Todas as religiões são como alguém gritando lá em cima na boca do poço: "Saia daí, se esforce, você consegue!". O verdadeiro evangelho mostra como Jesus foi ao fundo do poço para lhe buscar. Agora vem a melhor parte: Jesus não faz isso enquanto você estiver tentando dali por seus próprios meios, mas apenas quando desistir de salvar-se a si mesmo. Afinal, como poderia o evangelho ser chamado de boa notícia se colocasse em você o encargo de se salvar? A salvação por graça é isso mesmo, um presente que você recebe de Deus ao reconhecer que não tem meios para pagar por ele. O evangelho não poderia ser chamado de "evangelho da graça de Deus" se fosse uma lista do tipo: "Vá até a loja, escolha o presente, pague com seu cartão". Aí já não seria graça e nem boa notícia.


(Mário Persona)




terça-feira, 15 de agosto de 2017

E Teve Compaixão Deles - C. Wolston



"E teve compaixão deles" Marcos 6:34. Em um mundo de miséria e necessidade, quão bom é conhecermos Alguém cujo coração sofreu isso tudo, tomando sobre Si as nossas dores, e cujas emoções de profundo amor são tão expressivas que podemos vê-las e conhecê-las nestas palavras: "E teve compaixão deles".
Aquela bendita face expressava claramente o palpitar de uma misericórdia divina a revolver o Seu interior. O coração se expressava antes mesmo que a mão se movesse para aliviar aquilo que Seus olhos contemplavam. Não se tratava de um sentimento passageiro, uma emoção de momento. A dor da miséria humana encontrou morada permanente no coração de Jesus, e Ele, que é "o mesmo ontem, e hoje, e eternamente", embora esteja agora no trono de Deus em glória, ainda tem "compaixão deles", enquanto olha para nós e assimila toda a miséria e necessidade que sobem em incessante súplica, e com uma intensidade cada vez mais profunda, ao trono de misericórdia.
Se o Pastor de Israel Se moveu de compaixão, enquanto olhava para os filhos de Abraão e os via "como ovelhas que não têm pastor", quão profunda deve ser a emoção com que agora o Senhor Jesus contempla os filhos de Deus mais uma vez espalhados! Que terrível estrago os "lobos cruéis" fizeram no "rebanho"! (At 20:29). Como os pregadores de coisas perversas atraíram "os discípulos após si"! (At 20:30). Quanta divisão, e ofensa generalizada, trouxeram aqueles que "não servem a nosso Senhor Jesus Cristo, mas ao seu ventre"! (Rm 16:18). Certamente tudo isso aparece com força perante Ele que "amou a igreja, e a Si mesmo Se entregou por ela" (Ef 5:25).
Mas será que tudo se resumia no fato de ser, o povo de Jeová, "como ovelhas que não têm pastor"? Acaso não foram eles próprios que pecaram? Terá o coração deles sido "reto para com Ele"? Teriam eles sido "fiéis ao Seu concerto"? Ele sabia muito bem que tinham sido exatamente o contrário; a longa e triste história daquele povo perverso e obstinado estava toda diante dEle, "mas Ele, que é misericordioso, perdoou a sua iniquidade" (Sl 78:37-38).
E será que a Igreja do Deus vivo tem sofrido apenas em razão de falsos mestres e guias maus? Acaso terão os filhos de Deus uma história melhor que a dos filhos de Israel? Terão sido menos perversos e obstinados? Terão todos, juntamente, guardado a Sua Palavra? E será que os seus corações têm sido retos para com Ele, que os redimiu com Seu próprio sangue? Quão bem Ele sabe que os privilégios mais elevados e as melhores promessas apenas revelaram um pecado mais profundo, e, na mesma proporção, menos ainda foi correspondido o Seu amor! Certamente todo coração conhece isto. Quão doce, então, em nossos dias, nos voltarmos para Aquele cuja compaixão não termina e que "como havia amado os Seus, que estavam no mundo, amou-os até ao fim"! (Jo 13:1).
Quão bom era estarem ali e poderem contar com aquele coração profundamente comovido de intenso amor e perdão, que "começou a ensinar-lhes muitas coisas" (Mc 6:34). Embora Ele hoje fale a nós lá do céu, trata-se do mesmo céu que está aberto para nós, não existindo distância para a fé. A ruína e a ignorância encontram-se ao nosso redor. Podemos tão somente perceber a primeira e ministrar à segunda, enquanto permanecemos com Ele que, acima de todo mal, vê tudo e apenas aguarda o momento certo para o ministério do amor.
Aqueles que, em qualquer medida, servem às ovelhas de Cristo nestes últimos e derradeiros dias, precisam ponderar muito estas palavras, dirigidas a alguém no passado, "executai juízo verdadeiro, mostrai piedade e misericórdia cada um a seu irmão" (Zc 7:9), enquanto, acima de tudo, permaneçam bem no espírito daquEle que é "misericordioso e fiel Sumo Sacerdote" (Hb 2:17), que, rodeado de fraqueza, e tocado com os mesmos sentimentos que temos, pode "compadecer-Se ternamente dos ignorantes e errados" (Hb 5:2). (C. Wolston)


segunda-feira, 14 de agosto de 2017

O Evangelho Explicado




A carta aos Romanos é o evangelho explicado, portanto ali podemos ver mais detalhes de como Deus trabalha na alma que foi vivificada pela Palavra aplicada pela ação do espírito (a água e o Espírito de João 3, ou novo nascimento).

Romanos 1 nos fala da condição do homem e do mal generalizado encontrado no mundo, em especial no paganismo.

Romanos 2 mostra como é infrutífera a tentativa humana de controlar o mal, inclusive da incapacidade da Lei mosaica em justificar o homem.

Romanos 3 chega à conclusão de que todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus, merecendo assim o juízo. Então no final do mesmo capítulo é revelada a justiça de Deus e o sangue de Cristo, o qual assumiu na cruz o lugar do homem pecador.

Romanos 4 nos fala da justificação do homem por graça e o capítulo 5 mostra o domínio da graça e seus efeitos.

Romanos 5, após ter deixado claros o pecado, o juízo e a provisão de Deus para o pecador, trata dos efeitos disso no homem perdido e escravo do pecado, da lei e da carne.

Romanos 6 fala da libertação do mundo e do pecado em seu sentido exterior, o que é tipificado no batismo que representa considerarmo-nos mortos para o pecado e vivos para Deus em Cristo Jesus.

Romanos 7 fala das cadeias da lei sendo rompidas pela morte de Cristo, que ressuscitou e, portanto, não está mais sujeito à lei. O crente vive pela fé no Filho de Deus em sua condição atual.

Romanos 8 nos fala da libertação da carne, o que se obtém pelo poder do Espírito que agora habita no crente e o capacita a viver em novidade de vida.

Quando lemos Romanos 7 encontramos um homem aflito e buscando a libertação. Ao final do capítulo ele clama: "Miserável homem que eu sou! quem me livrará do corpo desta morte?", mas a resposta vem logo em seguida: "Dou graças a Deus por Jesus Cristo nosso Senhor. Assim que eu mesmo com o entendimento sirvo à lei de Deus, mas com a carne à lei do pecado. Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus [que não andam segundo a carne, mas segundo o Espírito.] Porque a lei do Espírito de vida, em Cristo Jesus, me livrou da lei do pecado e da morte." (Rm 7:24-25; 8:1-2 - a parte entre chaves não consta dos melhores manuscritos).

Considere o homem de Romanos 7 como tendo sido vivificado, ou seja, ele já nasceu de novo, tem vida vinda de Deus e pode agora chamar a Deus de Pai, mas ele ainda não está liberto. Não é alguém perdido em seus pecados, mas também não é alguém liberto. É possível cair em dois erros quando o assunto é o homem do capítulo 7 comparado ao do capítulo 8. Alguns acham que o homem do capítulo 7 ainda não se converteu, que é um incrédulo perdido em seus pecados. A razão de considerá-lo assim é a palavra "carnal" que aparece em Romanos 7:14: "eu sou carnal, vendido sob o pecado". Mas é preciso entender a diferença entre "carnal" e "natural".

Existe o homem "natural", o "carnal" e o "espiritual". O homem de Romanos 7 não é o homem natural, "morto em ofensas e pecados" (Ef 2:1) e este assunto é melhor detalhado nos capítulos 2 e 3 de 1 Coríntios. No capítulo 2 o apóstolo diz que "o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente." (1 Co 2;14). No capítulo 3 o termo usado é outro pois está falando de crentes e não de incrédulos. Crentes carnais, mas ainda assim crentes. "Porque ainda sois carnais; pois, havendo entre vós inveja, contendas e dissensões, não sois porventura carnais, e não andais segundo os homens?" (1 Co 3:3).

Portanto uma pessoa convertida pode não ser uma pessoa "espiritual", e é por isso que Paulo faz esta distinção ao escrever aos Gálatas: "Irmãos, se algum homem chegar a ser surpreendido nalguma ofensa, vós, que sois espirituais, encaminhai o tal com espírito de mansidão; olhando por ti mesmo, para que não sejas também tentado." (Gl 6:1). Ao exortar os que são "espirituais" a ajudarem os "carnais" Paulo demonstra que um está mais capacitado que o outro a identificar o mal e ajudar a restaurar seu irmão, mas também mostra que essa é uma condição variável, pois mesmo o "espiritual" deve vigiar para não cair.
William Kelly escreve em seu artigo "Deliverance": "Quem são eles (os 'espirituais')? Aqueles que conhecem melhor o odioso mal que existe na carne e, o que é ainda mais importante, a graça de Deus. Estes podem, portanto, se apiedarem das almas que são enganadas e se desviam do Senhor. Um homem carnal conhece tão pouco a Deus e a si mesmo que não é apto para fazer esse trabalho (de ajudar a restaurar seu irmão). Ele acabaria errando, tanto para o lado da camaradagem, que o levaria a dar pouca importância ao pecado, como para o lado da aspereza. O homem espiritual, por graça, mantém o equilíbrio. Ele é capaz de condenar o pecado e ao mesmo tempo auxiliar a alma em graça visando sua restauração".

Isto nos faz entender que a carnalidade pode se manifestar em um crente tanto na forma de libertinagem como de legalismo. É fácil enxergar esta segunda tendência quando vemos que o homem do capítulo 7 de Romanos está aflito por não conseguir ver em seu corpo de carne uma completa sujeição à lei. Ele cai no farisaísmo quando deixa de fazer essa cobrança de si mesmo e passa a cobrar isso dos outros.

Ao fazermos esta distinção entre o natural, o carnal e o espiritual é preciso entender que apenas o primeiro ainda não está salvo. Um crente carnal possui o Espírito Santo ("se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele" - Rm 8:9), porém não anda no Espírito ou julga as coisas no Espírito. O homem carnal de Romanos 7 está nessa batalha porque é nascido de novo e tem vida vinda de Deus, ou nem se incomodaria com isso se fosse incrédulo. Ele quer fazer o bem, mas se sente miserável por não conseguir. Ele busca a Deus, ao contrário do homem natural descrito em Romanos 3. O homem nascido de novo tem horror ao pecado e se deleita em Deus, mas pode ainda não viver na condição de liberdade do homem de Romanos 8.

Resumindo, somos salvos pela fé em Cristo, e não pelo entendimento de nossa salvação. E a fé é um dom de Deus e é ele o autor de nossa salvação, não nós ou nossas certezas. Se fosse diferente e precisássemos ter certeza de nossa salvação para termos garantia dela, ao menos nesta parte o mérito de nossa salvação seria nosso e mesmo essa certeza poderia variar de pessoa para pessoa. Enquanto alguns viveriam radiantes com a certeza do perdão de seus pecados, outros teriam aqui e ali algumas dúvidas que lhes causariam inquietação. Ou então, quando caíssem em pecado e perdessem a comunhão com Deus, poderiam também se sentir vacilantes em afirmar que estariam completamente salvos (embora efetivamente estivessem desde o momento em que creram em Jesus).

Se a salvação dependesse de nossos sentimentos de certeza ela também iria variar conforme nossas emoções. Poderíamos encontrar pessoas que afirmaram durante anos a certeza de sua salvação, mas que por alguma disfunção física ou mental causada por enfermidade chegassem ao fim da vida duvidando dela. Podemos descansar na certeza de que Deus não deixa confuso alguém que busca por ele ou clama pelo nome de Jesus para ser salvo.

“Porque a Escritura diz: Todo aquele que nele crer não será confundido. Porquanto não há diferença entre judeu e grego; porque um mesmo é o Senhor de todos, rico para com todos os que o invocam. Porque todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo.” (Rm 10:11-13)


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