A conhecida palavra
'Evangelho' significa simplesmente alegres notícias ou boas novas. Como sempre,
há muito que ela é identificada como uma proclamação de cristianismo. Assim nós
falamos de 'pregadores do Evangelho', 'missões Evangelísticas', etc.
O EVANGELHO DE DEUS tem sido
anunciado por quase dois mil anos. Ele não se baseia em frágeis fundamentos
humanos, mas na Palavra do Deus eterno. O que ele propõe será realizado, não
pelos débeis esforços de homens, mas pelo grandioso poder de Deus.
Único, entre todas as
propostas oferecidas para satisfazer aos anseios de uma humanidade caída, ele mostra
a verdade nua quanto à natureza pecaminosa do homem. Único, ele propõe aquilo
que satisfaz à consciência atribulada e preenche o vazio do coração. Único, ele
responde às graves questões da morte e de nossa responsabilidade para com Deus.
UMA
MENSAGEM SINGULAR
O que é, então, esse
maravilhoso Evangelho? Ele é, como as Escrituras simplesmente afirmam, o
"EVANGELHO DE DEUS... acerca de Seu Filho... Jesus Cristo, nosso
Senhor" (Rm 1.1-4). Ele nos diz que há um Deus pessoal com Quem nós, como
Suas criaturas, temos necessariamente muito a ver. O Evangelho nos diz que a
raça humana, outrora criada em perfeição, é agora uma raça caída e pecadora, um
fato atestado por cada prisão, cada cemitério e ainda por cada consciência
humana. Ele anuncia ainda o magnificente fato de que Deus nunca abandonou Suas
criaturas e, apesar do ser humano nunca haver encontrado o seu caminho de volta
a Deus, ou mesmo ter procurado fazê-lo, Deus, contudo, interveio por intermédio
dos profetas e mensageiros e, por último, pela dádiva de Seu Filho. Ele nos
conta a incomparável história da vinda de Jesus, o Filho de Deus, a este mundo.
Você, sem dúvida, conhece esta história. Você já ouviu falar da Criança de
Belém; do Homem à beira do poço de Sicar; de JESUS de Nazaré.
UMA
OBRA COMPLETA
Você deve saber que Ele foi
rejeitado e crucificado como um malfeitor. Mas, será que você já ouviu o que
está revelado no Evangelho de Deus acerca de tudo o que a terrível morte de
Jesus significa? A mesma cena do maior ódio do homem foi a ocasião do maior
resplandecer de amor divino, pois Jesus morreu não como um mero mártir, mas
como o sacrifício oferecido por Deus pelos pecados (1 Pedro 2.24). Ele morreu
como nosso Substituto. Ele recebeu o julgamento de Deus contra o pecado para
expressar o amor de Deus pelos pecadores. A moderna teologia pode desprezar ou
desdenhar este aspecto da morte de Cristo, mas é isto o que afirma o Evangelho
de Deus.
Ele também nos conta que Deus
ressuscitou-O da morte e O fez sentar no mais alto pináculo de glória, como Príncipe
e Salvador de todos os homens (Atos 5.31). O Evangelho de Deus é acerca deste
glorioso e ressuscitado Salvador. Ele apresenta Alguém cuja obra completa irá
satisfazer sua consciência e cujo amor pode preencher seu coração. Ele nos diz
que toda bênção para agora e para a eternidade são encontradas nEle. O
conhecimento presente do perdão dos pecados (Atos 13.38), a justificação e a
paz com Deus (Romanos 5.1), o imediato acesso à presença e favor de Deus
(Romanos 5.2), a felicidade presente e a satisfação na dádiva do Espírito Santo
(João 4.14), além da aptidão para dirigir-se a Deus em um espírito de filiação
(Gálatas 4.6), são algumas das bênçãos presentes ao alcance do mais simples e
humilde crente no Senhor Jesus Cristo.
UM
FUTURO GARANTIDO
Também com respeito ao futuro
toda questão é divinamente estabelecida. O crente é libertado do medo da ira
vindoura (1 Tessalonicenses 1.10); ele olha para Alguém que virá reinar em
justiça (Atos 17.31); a ele é prometido que, compartilhando a presente rejeição
de Cristo, ele irá também compartilhar a glória do Seu Reino vindouro (Romanos
8.16,17); e, por fim (e mais doce que tudo), ele irá passar a eternidade com
Aquele que o amou e que em breve virá pessoalmente para levá-lo de volta ao Lar
(1 Tessalonicenses 4.16,17).
É este, em resumo, o precioso
Evangelho de Deus. Ele é a revelação do coração de Deus aos homens e vem de
Deus para você com divina autoridade. Sua base é a obra completa de Cristo. Sua
verdade foi testemunhada por incontáveis milhares durante quase dois mil anos.
Ao invés de negarem a sua fé neste abençoado Evangelho e na Pessoa da qual ele
fala, homens, mulheres, e até mesmo crianças foram, em tempos passados,
corajosamente aprisionados, entregues à mortes cruéis e vergonhosas. Muitos, a
quem este mundo ofereceu todas as vantagens, têm sacrificado seu conforto
pessoal, e em muitos casos a própria vida, para levar estas boas novas às
terras pagãs. O Evangelho tem trazido paz e descanso a miríades de corações
antes vazios. Ele continua a ser hoje o fundamento sobre o qual milhares -- o
autor entre eles -- estão apoiando seu tudo, para toda a eternidade.
O
EVANGELHO DO HOMEM
Somos agora informados, no
entanto, que, ainda que este Evangelho possa ter satisfeito a nossos
antepassados, ele não se enquadra mais nos anseios e aspirações do homem
moderno. Ele não se amolda à sua vaidade ao dizer que o homem é uma criatura
caída e perdida. Ele estraga o seu prazer ao avisá-lo de que a morte e o juízo
estão diante do homem. Ele tem, todavia, sido considerado necessário para
produzir alguns 'novos evangelhos' que possam satisfazer ao desejo, inerente
aos homens, da necessidade de reconhecer algo por detrás do que é meramente
material e ainda deixá-lo livre para seguir sua própria vontade, sem qualquer sentimento
desconfortável de que há de vir o dia de ajuste de contas.
Por volta do último século ou
algo assim foi lançado o que nós propomos chamar de "EVANGELHO DO
HOMEM". Ao elaborá-lo, foi feito um esforço para se manter certos termos e
frases familiares aos ouvidos cristãos e, por conseguinte, adormecer qualquer
suspeita nas mentes simples em que as crenças estavam sendo introduzidas,
enfraquecendo ou minando, ao mesmo tempo, toda verdade primordial do
cristianismo revelado. Tenta-se, ao menos da boca para fora, encontrar uma base
sobre a qual os homens de todas as religiões, e até mesmo de nenhuma religião,
possam se unir.
"SEREIS
COMO DEUS"
Budismo, confucionismo,
espiritualismo, teosofia, ciência e filosofia estão sendo convocados a erigir
esse grande templo em honra do homem, e nós, que descendemos de ancestrais
pagãos, ao invés de sermos chamados a adorar o Sol e a Lua (que, pelo menos são
maiores do que o homem), somos agora chamados a nos prostrarmos diante do
próprio homem. Este "Evangelho do Homem" tem sua origem no fundamento
satânico lançado 6.000 anos atrás: "Sereis como Deus" (Gn 3.5). Este
evangelho, na forma como o ouvimos hoje, ensina que o homem, longe de ser uma
criatura caída, tem se levantado e continua a subir de uma condição de imperfeição
para uma de perfeição. Consequentemente, o mal e a miséria do mundo não são
atribuídos ao homem, mas sim ao meio que o cerca, do qual ele está emergindo.
Pela melhoria desse meio é confiadamente esperado que o próprio homem seja
melhorado.
Na verdade, o novo evangelho
almeja por um dia em que a idade áurea da paz e felicidade universal será
concretizada pelos esforços unificados da raça humana. A única base para este
extraordinário panorama da raça humana e suas perspectivas é a ingênua, porém totalmente
improvada, teoria científica conhecida como Evolução; uma teoria que (em
qualquer proporção de sua forma atual), ninguém havia escutado até o século
passado, e que, à semelhança de outras teorias científicas, pode vir a ser
abandonada a qualquer momento, tão logo surjam fatos que provem o contrário.
O
SER HUMANO COMO CENTRO DO UNIVERSO
No que concerne a Deus, o novo
evangelho admite que possa haver um Criador, mas ensina que, de qualquer modo,
nós somos por demais insignificantes para que nossos atos e ações sejam de
alguma importância para Ele. Além disso, põe de lado qualquer ideia da
responsabilidade para com Deus, do pecado ou do juízo vindouro. Como
consequência, repudia a ideia de expiação. Na verdade, muitos dos expoentes do
"Evangelho do Homem" duvidam que haja qualquer Deus que não seja o
que eles chamam de "Mente" ou "Consciência Universal" ou
coletiva; em outras palavras, não há nada mais elevado no Universo do que o
próprio homem.
No que concerne a Cristo, o
novo evangelho trata dEle meramente como um dos grandes profetas ou
reformadores que apareceram nas diversas épocas da história do mundo, colocado
ao mesmo plano com Confúcio e Maomé. Sua divindade, Seus milagres e Sua
ressurreição são negados. O novo evangelho está pronto a aceitar a ética do
cristianismo, mas não a Pessoa de Cristo. Este evangelho professa admiração
pelo 'Sermão da Montanha', mas não tem espaço para Aquele que o pregou.
No que se refere à Bíblia, ele
está pronto a admirar sua grandeza literária, mas nega a sua inspiração divina
e até mesmo a sua exatidão histórica; todavia, quanto às partes que devem ser
aceitas e as que devem ser rejeitadas, dificilmente dois dos novos evangelistas
chegam a um acordo.
Quanto ao futuro, o
"Evangelho do Homem" deixa a vida após a morte como um mistério
insolúvel, embora alguns de seus expoentes esperem que o espiritualismo
esclareça este grande problema.
O mais deslumbrante aspecto
que o "Evangelho do Homem" pode oferecer à humanidade sofredora e
moribunda é que, em alguma época de um futuro distante, alguma sorte de
condições ideais possam ser estabelecidas nesta Terra. Não há um esquema
satisfatório para realizar isto, tampouco é explicado como um mundo ideal
poderia ser mantido. Acima de tudo, deixa sem resposta a grave questão de nosso
destino eterno.
Agora, depois de tudo isso,
querido leitor, você e eu podemos estar desejosos de fazer a nossa parte para
ajudar a criar esta era dourada do futuro (supondo que estivéssemos certos de
sua realidade), mas o fato que permanece é que não ficaremos aqui por mais do
que alguns poucos anos. Acaso terá o "Evangelho do Homem" qualquer
esperança a oferecer, ou qualquer segurança a proporcionar, na terrível hora da
morte? Não, nenhuma! Ele deixa o ser humano lutando desesperadamente em busca
da miragem desértica de uma ilusória era de ouro, enquanto aqueles em suas
fileiras vão rapidamente perecendo em suas areias.
O
CONTRASTE
Até aqui examinamos
rapidamente o Evangelho de Deus e o Evangelho do Homem, e somos levados a ver O
CONTRASTE!
De um lado temos o que Deus disse,
o que Deus efetuou em Cristo, e o que Ele irá fazer para aquele que aceita a
Cristo como Salvador. Do outro lado estão as promessas vazias e a vã imaginação
do homem, deixando a consciência inquieta e o coração insatisfeito; oferecendo
como sua melhor esperança, uma distante perspectiva de uma condição mais feliz
em um mundo, o qual em pouco tempo todos nós teremos deixar para nos
encontrarmos face a face com a infinita eternidade para a qual não estaremos
preparados.
Leitor, qual satisfaz melhor o
seu caso? Ambos os evangelhos não podem ser verdade. Um ou outro deve ser falso
e ilusório. Se você é um cristão professo, nós sinceramente o advertimos que
você cuide, com toda a certeza, de estar crendo no evangelho de Deus e no
Cristo de Deus. Qualquer outro evangelho irá levá-lo ao fracasso, não importa
quais sejam os nomes famosos que lhe deem crédito. A solene advertência do
apóstolo Paulo, escrevendo sob divina inspiração, diz respeito a todo aquele
que prega um evangelho que vá além do qual ele recebeu da glória e pregou com
tanta diligência em seus dias (veja Gálatas 1.8,9). Se você é um obreiro
cristão, essa maldição irá com toda certeza cair sobre você, se em nome de
Cristo e de Deus, você estiver pregando ou ensinando aquilo que contradiz o
caráter de Deus como um Deus Salvador e diminui a glória da Pessoa do Seu Filho
ou da Sua obra consumada.
Se você é um dos inúmeros
milhares que nesta época de amor aos prazeres não se preocupa com as coisas de
Deus, nós gostaríamos de adverti-lo, com a maior seriedade, a considerar como
estas importantes questões lhe afetam. Você não está aqui para sempre. Você é
apenas um 'inquilino', e cada ruga em sua testa é um sinal de que a 'ordem de
despejo' já está sendo entregue. A morte nos cerca de milhares de maneiras.
Você não pode querer ignorar a solene questão do seu bem-estar eterno.
Concluindo, queremos chamar a
atenção de todo leitor para aquilo que Deus disse a Seu povo na antiguidade:
"Te tenho proposto a vida e a morte, a bênção e a maldição: escolhe pois a
vida" (Dt 30.19).
A. G. Doughty
"Porque haverá tempo em que não sofrerão a sã doutrina; mas, tendo
comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as suas próprias
concupiscências; e desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas"
(2 Tm 4.3,4).
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