O mundo hoje está cheio de confusão e engano acerca de Jesus; quem Ele
é, o que fez, e o que ensinou. Parte disso se deve à ignorância, mas muito é
resultado da obra de Satanás para manter os homens afastados de Deus. Apesar de
ser Jesus o fundamento da fé cristã, nem sempre temos uma compreensão clara de
Quem Ele é! Dizer que Jesus é Deus santo, e perfeito Homem é verdade, mas
parece ser uma contradição. Nossa mente finita tem dificuldades para
compreender o conceito de um Homem divino. Mas em Jesus vemos tanto a divindade
como a perfeita humanidade.
Um Menino... Um Filho
Em Isaías 9:6 lemos estas maravilhosas palavras proféticas: "Porque
um menino nos nasceu, um Filho se nos deu, e o principado está sobre os Seus
ombros, e se chamará o Seu nome: Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da
Eternidade, Príncipe da Paz." Neste versículo são mencionadas tanto Sua
humanidade como Sua divindade; "Porque um menino nos nasceu", mostra
Sua humanidade; "um Filho se nos deu" mostra Sua divindade. Voltando
ao sétimo capítulo, versículo 14, Isaías escreveu: "Eis que a virgem
conceberá, e dará à luz um filho, e chamará o Seu nome Emanuel" (que
significa Deus conosco).
Indo ao Novo Testamento podemos continuar com a história de Sua vinda no
evangelho de Lucas, capítulo 1. No versículo 31 o anjo diz a Maria: "E eis
que em teu ventre conceberás e darás à luz um filho, e pôr-Ihe-ás o nome de
Jesus". Maria concebeu e deu à luz um filho, o que fez dEle um Homem
completo. "E, respondendo o anjo, disse-lhe: Descerá sobre ti o Espírito
Santo, e a virtude do Altíssimo to cobrirá com a Sua sombra; por isso também o
Santo, que de ti há de nascer, será chamado Filho de Deus" (Lc 1:35). É
importante reconhecer que embora Jesus tenha Se tornado um Homem, Ele é sempre
Deus. Deus é eterno, não tendo nem começo e nem fim. Jesus confirmou isto
quando respondeu à jactância dos judeus que se declaravam filhos de Abraão.
Quando ele afirmou, "Antes que Abraão existisse, Eu sou" (Jo
8:58), eles tentaram apedrejá-Lo pois reconheceram em Sua afirmação uma
confirmação de Sua eterna divindade.
Declarado Filho de Deus
Paulo escreveu aos cristãos romanos: "Acerca de Seu Filho, que
nasceu da descendência de Davi segundo a carne, declarado Filho de Deus em poder,
segundo o Espírito de santificação, pela ressurreição dentre os mortos"
(Rm 1.3,4). Aqui, bem no começo de sua carta aos crentes em Roma, Paulo
confirma tanto a humanidade como a divindade de Jesus Cristo. Jesus
"nasceu da descendência de Davi segundo a carne". Isso aconteceu há
quase dois mil anos quando Cristo nasceu de uma virgem em um estábulo em Belém.
Mas repare que as Escrituras são cuidadosas aqui em fazer uma distinção. Embora
Se tenha tornado um Homem, ele foi "declarado Filho de Deus". Nada aqui
sugere que Ele tenha Se tornado Filho de Deus. Como Filho de Deus Ele é o EU
SOU, Aquele que sempre existiu.
João começou seu evangelho com a declaração de que "no princípio
era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era De us. Ele estava no princípio
com Deus... e o Verbo Se fez carne, e habitou entre nós... cheio de graça e de
verdade" (Jo 1:1-14). Quanto cuidado da parte de Deus em registrar um
testemunho da divindade de Seu amado Filho. Em Hebreus, no primeiro capítulo,
lemos que Deus nos falou "pelo Filho, a Quem constituiu herdeiro de tudo,
por Quem fez também o mundo. O Qual, sendo o resplendor da Sua glória, e a
expressa imagem da Sua pessoa, e sustentando todas as coisas pela palavra do
Seu poder, havendo feito por Si mesmo a purificação dos nossos pecados,
assentou-Se à destra da majestade nas alturas" (Hb 1:1-3). Jesus Cristo é
a própria essência de Deus. Verdadeiramente, em Cristo "habita
corporalmente toda a plenitude da divindade" (C12:9).
Eis-Me aqui
Todavia jamais teríamos conhecido o infinito amor de Deus se Cristo não
tivesse tomado sobre Si o corpo de um Homem. Isaías escreveu, profeticamente:
"Depois disto ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei, e quem há
de ir por nós? Então disse eu: Eis-me aqui, envia-me e mim" (Is 6:8).
Lemos as palavras de Jesus Cristo em Hebreus 10: "Eis aqui venho, para
fazer, ó Deus, a Tua vontade". "Porque Deus enviou o Seu Filho ao
Mundo, não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por
Ele" (Jo 3:17). "Cristo Jesus... tomando a forma de servo, fazendo-Se
semelhante aos homens; e, achado na forma de homem, humilhou-Se a Si mesmo,
sendo obediente até à morte, e move de cruz" (Fp 2:7-8). Cristo deixou o
esplendor do céu, tomou sobre Si a forma de um servo e foi obediente até à
morte. Assim Deus declara, das alturas do céu, "Este é o Meu Filho amado,
em Quem Me comprazo" (Mt 3.17). Cristo cumpriu perfeitamente a vontade de
Seu Pai. Ao olhar adiante, para a cruz, estando ainda no jardim no Monte das
Oliveiras, Sua oração a Seu Pai foi completa submissão: "...não se faça a
Minha vontade, mas a Tua" (Lc 22:42). "Todavia, ao Senhor agradou
moê-Lo, fazendo-O enfermar... Ele verá o fruto do trabalho da Sua alma, e
ficará satisfeito" (Is 53:10-11).
Nosso Perfeito Sacrifício
Encontramos em Jesus Cristo nosso perfeito sacrifício. O israelita era
instruído na lei de Moisés a levar um cordeiro que fosse limpo e sem mancha
para oferecer como sacrifício pelo pecado. Aqueles sacrifícios "nunca
podem tirar pecados" (Hb 10:11), todavia precisavam ser oferecidos
continuamente. Abraão, falando profeticamente, disse a Isaque que Deus iria
prover para Si um cordeiro para o holocausto. O apóstolo João registra as
palavras de João Batista quando viu o cumprimento daquela profecia: "E,
vendo passara Jesus, disse: Eis aqui o Cordeiro de Deus" (Jo 1:36). Mais
tarde, João viu na cruz o seu Mestre e Senhor crucificado, e o soldado com uma
lança furando o Seu lado, e o sangue que saiu. Sua reação foi proclamar "
E aquele que o viu testificou, e o seu testemunho é verdadeiro; e sabe que é
verdade o que diz, para que também vós o creiais" (Jo 19:35). Anos mais
tarde, ao escrever suas epístolas ele, sem dúvida alguma, se lembrou daquela
cena, e escreveu: "O sangue de Jesus Cristo, Seu Filho, nos purifica de
todo o pecado" (1 Jo 1:7). "Portanto, agora nenhuma condenação há
para os que estão em Cristo Jesus" (Rm 8:1).
Além de Deus haver deixado registrado a perfeita humanidade sem pecado
de Seu amado Filho para que todos pudessem ler, Ele declarou ser Cristo Seu
Filho, ressuscitando-O dentre os mortos. As autoridades haviam procurado manter
Jesus no sepulcro colocando uma enorme pedra em sua entrada, selando-a, e
colocando guardas. Mesmo assim o poder de Deus foi demonstrado ao manifestar
publicamente Seu Filho como ressuscita do dentre os mortos. Cristo ressuscitou
triunfante, rompendo as cadeias da morte e do inferno. Regozijemo-nos e
louvemos a Ele, como fez o escritor deste hino:
Morte Ele assim provou, a sepultura,
Três dias O guardou, Cristo, o
Senhor!
Morto Ele não ficou!
Triunfante, Cristo ressurgiu!
A vitória sobre a morte ali ganhou
E no céu, vitorioso, Cristo entrou.
Ressurgiu! Ressurgiu! Aleluia!
Ressurgiu!
"Quem é que condena? Pois é Cristo Quem morreu, ou antes Quem
ressuscitou dentre os mortos, o Qual está à direita de Deus, e também intercede
por nós" (Rm 8:34). Jesus Cristo, o Filho de Deus, que me amou e Se deu a
Si mesmo por mim, está agora sentado no céu intercedendo por nós diante de Seu
Pai.
Traduzido de 'Who is Jesus?'
K. Heslop
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